Steven Allan Spielberg, é um cineasta, produtor, roteirista e empresário norte-americano. Spielberg é o diretor que mais tem filmes na lista dos 100 Melhores Filmes de Todos os Tempos, feita pelo American Film Institute. Ele é considerado um dos cineastas mais populares e influentes da história do cinema. Até o momento a rendimento bruto de todos os seus filmes, em todo o mundo, é de mais de $8.5 bilhões de dólares.
Nesse post iremos mostrar alguns dos melhores filmes de Steven Spielberg.
Tubarão
Sinopse: Roy Scheider é Martin Brody, um policial nova-iorquino aposentado que trocou o estresse da Big Apple pela calmaria de ser o chefe de polícia de uma praia em New England. Porém, quando rumores de um tubarão assassino passam a assustar os banhistas, ele é obrigado a comprar uma grande briga política com o prefeito local, que não quer de maneira alguma fechar a praia durante a estação turística. Na tentativa desesperada de caçar o tubarão e salvar vidas, Martin vai contar com a ajuda do biólogo Matt Hooper (Richard Dreyfuss), que terá de unir forças com Quint (Robert Shaw) e caçar o temível monstro branco, antes que seja tarde demais.
Essencialmente uma ficção pulp sobre um tubarão assassino que aterrorizou a cidade de veraneio de Amity Island, na Costa Leste, o filme se tornou, nas mãos Spielberg (e com a ajuda de muito dinheiro em propaganda), o primeiro grande "filme-evento" de verão. Campanhas publicitárias antes do lançamento atiçaram o boca-a-boca e, quando o filme estreou, as filas davam voltas no quarteirão conforme as pessoas assistiam, contavam aos amigos e voltavam para assistir de novo.
Um dos muitos prazeres desta aventura é o elenco. Roy Scheider está perfeito como o policial de Amity que nota que os torsos mastigados que surgem na praia local deveriam ser razão suficiente para manter os banhistas na areia, mas é incapaz de convencer o prefeito de que há motivo para preocupação. Por sorte, ele tem ao seu lado o especialista Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e o velho lobo do mar Quint (Robert Shaw, excelente) e logo há três homens prontos para enfrentar a máquina devoradora dos mares, levando a um confronto final que é igualmente tenso quando se assiste pela décima ou pela primeira vez.
Spielberg, é claro, merece os créditos por ter sido o primeiro a fazer toda uma geração pensar duas vezes antes de encostar um dedo no mar. Mexendo com nosso medo do desconhecido, ele constrói um clima de tensão crescente revelando aos poucos o tubarão ao som da hoje famosa trilha de JohnWilliams. Ocultar a fera assassina ao máximo foi em pate uma estratégia para nos manter na ponta da cadeira, em parte a consciência de que o tubarão de borracha (apelido de "Bruce") usado no filme parecia tão mais real quanto menos fosse mostrado de fato. Seus truques, dignos de Hitchcock, obviamente funcionaram, já que esta história com um roteiro inteligente e dirigida com pulso firme permanece até hoje o mais assustador dos filmes passados no mar. Crítica de Joanna Berry.
Contatos Imediatos do Terceiro Grau
Sinopse: Em uma pequena cidade americana vive Roy Neary (Richard Dreyfuss), um chefe de família que, ao pressentir a chegada de alienígenas, tem o seu comportamento alterado. Ele fica obcecado pela ideia e começa a investigar a situação, buscando o local de contato dos ET's. Como ele, diversas outras pessoas sentem a presença extraterrestre e rumam para o local do pouso da nave.
Um excelente mistério de ficção científica em que a busca do homem comum pelo seu significado atinge um clímax eletrizante no contato com extraterrestres, Contatos Imediatos engloba temas recorrentes no trabalho de seu diretor, Steven Spielberg. Seus personagens mais comuns estão lá (o indivíduo em uma busca pessoal, a mãe simpática, o menino perdido, as autoridades pouco confiáveis), bem como a experiência transformadora. Há salvamento, redenção e afirmação dos valores pessoais. Remova os efeitos especiais e o que resta é a história apaixonada de um homem comum em circunstâncias extraordinárias.
O convincente Roy Neary, representado por Richard Dreyfuss, é um João-ninguém passando por uma epifania. Quando ninguém acredita em seu encontro com um OVNI, ele fica obcecado por descobrir o sentido dessa experiência, deixando de lado a sua família no processo. A única pessoa que o compreende é Jillian Guller, papel de Melinda Dillon, movida pela busca por seu filho (Cary Guffey), abduzido durante uma visita aterradora dos alienígenas à casa dela. Acaba ficando claro que ambos estão entre os "implantados", privilegiados com uma conexão compartilhada. Em paralelo com essas experiências íntimas de frustração e medo do desconhecido, de coragem e de alegria em confrontá-lo (e em achar extraordinário nos alienígenas com jeitão de crianças) estão os esforços internacionais do espaçoso Claude Lacombe (François Truffaut), chefe do projeto científico encarregado de investigar e responder ao contato dos extraterrestres.
Contatos imediatos demonstra toda a estética dos baby boomers que cresceram nos tranquilos subúrbios norte-americanos assistindo a produções da Disney e ficção científica dos anos 50, e de fato foi uma reinterpretação adulta e profissional de Fireligth , épico caseiro criado por Spielberg na adolescência. Embora E.T. seja ainda mais revelador de sua visão do mundo, Contatos Imediatos define Spielberg tanto em termos de estilo quanto de conteúdo. É também um filme que ele não consegue deixar de lado - teve uma edição especial em 1980 (parte sobre a crise de Neary foram retiradas, partes acrescentadas ao clímax com os alienígenas) e uma Edição de Colecionador em 1997 (remasterizada, com pequenos trechos reinseridos e sem a desnecessária sequência na nave-mãe).
Lançado pouco depois de Guerra nas Estrelas, Contatos Imediatos também se tornou um fenômeno pop imediato. tanto a melodia de cinco notas de John Williams, ao mesmo tempo saudação e linguagem, quanto a montanha de purê de batata entraram para a cultura popular, e o assombro coletivo ante a visão da nave-mãe surgindo sobre a montanha servem para atestar o dom que Spielberg possui de maravilhar o público. Critica de Angela Errigo.
Os Caçadores da Arca Perdida
Sinopse: Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contratado para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras bíblicas conteria "Os Dez Mandamentos" que Deus revelou a Moisés no Monte Horeb. Mas como a lenda diz que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler.
Os Caçadores da Arca Perdida
Sinopse: Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contratado para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras bíblicas conteria "Os Dez Mandamentos" que Deus revelou a Moisés no Monte Horeb. Mas como a lenda diz que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler.
Harrison Ford, em um papel que lhe caiu como uma luva, estrela como indiana Jones, durante o dia um elegante professor de arqueologia que passa o restante do seu tempo revirando o planeta atrás de tesouros e objetos de arte - como a Arca Perdida da Aliança (a arca de ouro na qual Moisés supostamente guardou as pedras inscritas com os Dez Mandamentos). Infelizmente, os nazistas também a cobiçam, tendo ouvido que qualquer exército que conduzir a arca à sua frente será indestrutível.
Com suas marcas registradas - o chapéu de feltro, o chicote e as roupas amarrotadas -, Indy corre mais rápido do que uma pedra rolando em uma caverna cheia de armadilhas, escapa de um ninho de cobras,despista bandidos sinistros em um mercado árabe e se pendura sob um caminhão em movimento em uma sensacional perseguição pelo deserto. Estas são apenas algumas das impressionantes sequências do filme. Nosso herói audaz, no entanto, não é nenhum super-homem, e apanha e se estropia o tempo todo.(...)
(...) Um pacote de aventura, humor, efeitos,escapismos e desempenhos sensacionais, posteriormente imitando em filmes menores como A múmia (1999), Caçadores tece duas divertidas sequencias, com uma terceira supostamente em produção. Critica de Joanna Berry.
E.T. - O Extraterrestre
Sinopse: Um garoto faz amizade com um ser de outro planeta, que ficou sozinho na Terra, protegendo-o de todas as formas para evitar que ele seja capturado e transformado em cobaia. Gradativamente, surge entre os dois uma forte amizade.
E.T. - O Extraterrestre
Sinopse: Um garoto faz amizade com um ser de outro planeta, que ficou sozinho na Terra, protegendo-o de todas as formas para evitar que ele seja capturado e transformado em cobaia. Gradativamente, surge entre os dois uma forte amizade.
Ainda que Alien, de Ridley Scott, tenha nos convencido de que devíamos abordar extraterrestres com uma certa precaução, três anos mais tarde Spielberg mostrou que eles também podem ser bonitinhos e fofinhos, especialmente quando surgem na forma de criaturas barrigudas como seu E.T. Sua aparência adorável, com olhos enormes, foi supostamente imaginada quando a equipe de Spielberg sobrepôs os olhos e a testa de Einstein ao rosto de um bebê.
Uma aventura de ficção científica para toda a família, o filme foi uma homenagem de Spielberg à infância. Um menino solitário, Elliot (Henry Thomas), faz amizade com um ser de outro planeta (representado várias cenas por um anão na fantasia de E.T.) deixado para trás por seus companheiros.
Elliot apresenta o extraterrestre aos costumes terráqueos e lhe mostra como se comunicar, beber cerveja, comer balas e se vestir com as roupas de sua irmãzinha Gertie (Drew Barrymore). Claro que a amizade secreta não iria durar muito tempo e logo o menino estão sob ameaça de agentes do governo que querem fazer experimentos com o viajante intergalático.
Baseado em uma ideia que Spielberg alimentara por um tempo e contara à Mllisa Mathinson após a filmagem de Caçadores da Arca Perdida, E.T. funciona como uma deliciosa aventura que atrai a criança que existe em todos nós e também possui um bom número de momentos sentimentais para transformar o espectador mais durão em um ar de lágrimas antes dos créditos finais. O filme não se torna uma tolice açucarada graças ao ritmo de Spielberg, à mistura de humor e tristeza no roteiro de Mathinson, às vocalizações ásperas de Debra Winger e Pat Welsh para o E.T. e ao excelente desempenho do elenco. Thomas - como o menino sortudo cujo amigo imaginário é real - praticamente carrega o filme em seus pequenos ombros, enquanto Robert McNaughton (como irmão mais velho de Michael) e Drew Berrymore, com sete anos, estão ótimos como os irmãos a princípio hesitantes mas logo conquistados pelo charme do E.T.
Vinte anos após a estréia do filme, Spielber lançou uma edição especial de aniversário, com alterações feitas por computação gráfica nas expressões faciais do E.T. que ele não havia conseguido produzir em 1982. Outra mudança notável foi a substituição digital das armas nas mãos dos agentes do governo (algo que incomodava Spielberg) por walkie-talkies. Crítica de Joanna Berry.
A Cor Púrpura
Sinopse: Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.
Vinte anos após a estréia do filme, Spielber lançou uma edição especial de aniversário, com alterações feitas por computação gráfica nas expressões faciais do E.T. que ele não havia conseguido produzir em 1982. Outra mudança notável foi a substituição digital das armas nas mãos dos agentes do governo (algo que incomodava Spielberg) por walkie-talkies. Crítica de Joanna Berry.
A Cor Púrpura
Sinopse: Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.
Empenhado em se desfazer de sua reputação como mero criador de fantasias jovens e populares, Steven Spielberg escolheu a história de Alice Walker sobre uma comunidade rural negra e pobre no Sul dos Estados Unidos no início do século XX como seu veículo de afirmação dramática. Estranhamente, as grandes habilidades de Spielberg como diretor ajudaram e, ao mesmo tempo, prejudicaram o resultado, uma vez que seu talento de humor irônico e sua habilidade técnica em realizar produtos bem acabados não se ajustaram bem ao conteúdo, que ele abrandou em relação ao livro.
Mesmo que fosse mais do que ele pudesse dar conta, A Cor Púrpura ainda assim comprovou que Spielberg aceita correr riscos. Ele obteve desempenhos marcantes de Oprah Winfrey e Denny Glover, mas em particular seus instintos mais uma vez se mostraram valiosos ao escalar a então desconhecida Whoopi Goldberg. A Celie que ela representa pouco fala mas é cheia de emoção, transmitida pelo impressionante desempenho de Goldberg, que obtém melhores resultados com um sorriso largo bem colocado do que a maioria dos atores consegue com um monólogo exibido. Spielberg recai no sentimentalismo muitas vezes, mas já se encontram no filme lampejos promissores do diretor que viria a fazer obras mais maduras como Império do Sol (1987), A Lista de Schindler (1993) e A.I. - Inteligência Artificial (2001). Critica de Joshua Klein.
Sinopse: Um parque construído por um milionário (Richard Attenborough) tem como habitantes dinossauros diversos, extintos a sessenta e cinco milhões de anos. Isto é possível por ter sido encontrado um inseto fossilizado, que tinha sugado sangue destes dinossauros, de onde pôde-se isolar o DNA, o código químico da vida, e, a partir deste ponto, recriá-los em laboratório. Mas, o que parecia ser um sonho se torna um pesadelo, quando a experiência sai do controle de seus criadores.
(...) Em parte filme de monstros, mas também filme de desastre, enquanto a ilha é castigada por uma tempestade e os personagens descobrem que não há onde se esconder da violência das criaturas pré-históricas gigantes (e, presumimos, famintas), Parque dos Dinossauros possui tantos sustos e impressionantes efeitos especiais que não é difícil entender que a receita bruta de mais de 900 milhões de dólares no mundo todo. Após nos levar a um crescendo inteligente à descoberta dos simpáticos dinossauros vegetarianos, o encontro com o poderoso T-Rex se segue em uma das fabulosas sequencias do filme. Os adultos e crianças em perigo presos em um "passeio" enguiçado (jipes em um trilho que os conduz pelo parque) quando chega a tempestade, as cercas elétricas entram em pane e o dinossauro mais assustador de todos fica à solta.
Há muitos outros momentos impressionantes na fábula sobre ciência fora de controle de Crichton e Spielberg, desde os Velociraptores na cozinha até o embate final entre eles e o T-Rex. Os atores, ao mesmo tempo em que percebem que os verdadeiros astros do filme são gerados por computadores, se divertem em suas atuações (principalmente Goldblum como o matemático versado em teoria do caos com sua atitude "eu-te-disse"). Mas o show é mesmo de Spielberg - um show impressionante, de nos deixar na beira da poltrona. Critica de Joanna Berry.
A Lista de Schindler
Sinopse: A inusitada história de Oskar Schindler (Liam Neeson), um sujeito oportunista, sedutor, "armador", simpático, comerciante no mercado negro, mas, acima de tudo, um homem que se relacionava muito bem com o regime nazista, tanto que era membro do próprio Partido Nazista (o que não o impediu de ser preso algumas vezes, mas sempre o libertavam rapidamente, em razão dos seus contatos). No entanto, apesar dos seus defeitos, ele amava o ser humano e assim fez o impossível, a ponto de perder a sua fortuna mas conseguir salvar mais de mil judeus dos campos de concentração.
A Lista de Schindler
Sinopse: A inusitada história de Oskar Schindler (Liam Neeson), um sujeito oportunista, sedutor, "armador", simpático, comerciante no mercado negro, mas, acima de tudo, um homem que se relacionava muito bem com o regime nazista, tanto que era membro do próprio Partido Nazista (o que não o impediu de ser preso algumas vezes, mas sempre o libertavam rapidamente, em razão dos seus contatos). No entanto, apesar dos seus defeitos, ele amava o ser humano e assim fez o impossível, a ponto de perder a sua fortuna mas conseguir salvar mais de mil judeus dos campos de concentração.
Trabalhando sobre um roteiro bem construído de Steven Zaillian (de Lances Inocentes), uma adaptação do romance não-ficcional de Thomas Keneally - um relato fascinante do império nazista Oskar Schindler, que salvou as vidas de mais de 1.100 judeus poloneses -, Spielberg é especialmente bem-sucedido em nos manter interessados por mais de três horas e mostrar mais sobre os bastidores do Holocausto do que costumávamos ver em filmes de ficção. Um enorme destaque é a bela fotografia em preto-e-branco de Janusz Kaminski. A capacidade de Spielberg de extrair o máximo de intensidade do terror existencial transmitido pelo livro de Keneally - judeus poloneses podiam ser assassinados a qualquer momento conforme os caprichos do diretor (Ralph Fiennes) de um campo de concentração - é contemplada, e ganha nela um contraponto, por seu retrato de vida glamourosa e do poder absoluto de alta sociedade nazista. De modo significativo, cada registro emocional e é em geral acompanhado por um estilo diferente de fotografia e, assim como a interpretação eficaz de Liam Neeson como Schindler nos liga aos nazistas, o desempenho sutil de Ben Kingsley como seu contador judeu, braço direito e consciência silenciosa nos serve como elo com os judeus poloneses.
O que infelizmente falta, e portanto se encontra distorcido, são muitos dos elementos mais fascinantes da história real que não combinam com o cenário devoto e patriarcal de Spielberg - como o papel importante que a esposa de Schindler, Emilie, desempenhou a salvar vidas de judeus depois que ele voltou a morar com ela, enquanto construía uma falsa fábrica de munição na Morávia, ou o fato de que ele continuou a traí-la com outras mulheres. Também é de se perguntar como Spielberg teria lidado com os subornos que foram necessários para que vários dos judeus poloneses conseguissem entrar para a lista de Schindler e, assim, sobreviver. Se ele tivesse abordado esses assuntos, contudo, o filme provavelmente teira perdido um pouco de sua objetividade moral, ainda que ganhasse em complexidade. Critica de Jonathan Rosenbaum.
Sinopse: Ted Narracot (Peter Mullan) é um camponês destemido e ex-herói de guerra. Com problemas de saúde e bebedeiras, batalha junto com a esposa Rose (Emily Watson) e o filho Albert (Jeremy Irvine) para sobreviver numa fazenda alugada, propriedade de um milionário sem escrúpulos (David Tewlis). Cansado da arrogância do senhorio, decide enfrentá-lo em um leilão e acaba comprando um cavalo inadequado para os serviços de aragem nas suas terras. O que ele não sabia era que seu filho estabeleceria com o animal um conexão jamais imaginada. Batizado de Joey pelo jovem, os dois começam seus treinamentos e desenvolvem aptidões, mas a 1ª Guerra Mundial chegou e a cavalaria britânica o leva embora, sem que Albert possa se alistar por não ter idade suficiente. Já nos campos de batalha e durante anos, Joey mostra toda a sua força e determinação, passando por diversas situações de perigo e donos diferentes, mas o destino reservava para ele um final surpreendente.
A adaptação de Steven Spielberg para o filme infantil e depois peça teatral de sucesso de Michael Morpurgo é uma de raridade. Poucos filmes de ação realizados nos últimos anos merecem ser considerados "filmes familiares", mas é exatamente isso que Spielberg consegue - uma diversão para todas as idades e uma imagem da Inglaterra que evoca com romantismo uma era passada.
O filme é contado pelos olhos de Joey, um jovem cavalo tirado do seu dono Albert (Jeremy Irvine) pelo bom capitão Nicholls (Tom Hiddleston). O oficial viaja com o cavalo até a linha de frente da Primeira Guerra Mundial e, a partir daí, Joey depara com vários personagens, incluindo um bondoso fazendeiro francês e sua neta e um jovem desertor alemão, antes de finalmente reencontrar Albert perto das trincheiras do Somme.
Na recriação do interior idílico inglês, Cavalo de Guerra faz uma referência aos primórdios dos estúdios Ealing e aos filmes pastorais de John Ford. Alguns espectadores criaram seu sentimentalismo. Mas se algumas das cenas iniciais e também das finais foram romantizadas em excesso, elas só servem para dar ênfase aos horrores das trincheiras. Numa das cenas mais incríveis do filme, Joey, em pânico, atravessa a terra de ninguém e fica preso num emaranhado de arame farpado (uma cena quase toda criada pela equipe de efeitos especiais, mas tão bem feita, que é muito convincente). Dois soldados que estão em lados opostos saem das trincheiras para ajudar o animal. No contato breve, eles encontram algo em comum na preocupação com Joey, o que faz com que nos lembremos do absurdo da guerra e explica por que a volta de Joey e Albert para casa, no fim do filme, é uma cena banhada numa luz tão aconchegante e cálida. Critica de IHS.
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